A Outra História Americana

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A Outra História Americana: “A vida é curta demais para sentir raiva o tempo todo"

     A Outra História Americana (American History X, nos Estados Unidos), filme dirigido por Tony Kaye, retrata a história de Danny Vinyard (Edward Furlong) e Derek Vinyard (Edward Norton) dando ênfase principal ao ódio aos negros.
     No filme, por meio dos flashbacks, é possível perceber que há uma influência familiar que faz com que Derek alimente toda essa raiva. O pensamento de seu pai a respeito dos negros era sempre representado como se eles fossem inferiores em tudo que tentassem fazer e não pudessem conseguir mérito sozinhos. No momento em que fala isso à mesa, não há nenhum tipo de questionamento ou vontade de expressar outra opinião por parte dos filhos, todos aceitam como se fosse proibido questioná-lo. Entretanto, após a morte do pai (que era bombeiro), quando tentava apagar um incêndio em um bairro de negros, foi baleado e morto. Acredita-se que a partir desta perda emocional, Derek possa ter alimentado o ódio e a raiva pela outra raça e levado em consideração tudo que ouvira.


     Com o passar da história, Danny (irmão mais novo de Derek) cresceu se espelhando no irmão e em seu pensamento vinculado à morte do pai. Os dois faziam parte de um grupo Neo-nazista que alimentava seu ódio por negros e por imigrantes nos Estados Unidos, o que deixa claro um nacionalismo americano em relação aos imigrantes, principalmente os ilegais, que vinham para a chamada “terra da oportunidade” trabalhar. O que mais os incomodavam era que os imigrantes iam para o país trabalhar em empregos que seriam de “direito” dos cidadãos exclusivamente americanos e quem vinha de fora deveria ficar com os empregos menos cobiçados e de pouca importância lá.
     Derek cumpriu pena de 3 anos na cadeia após ter matado dois jovens negros brutalmente na frente de sua casa. Na prisão, mudou sua concepção das raças preta e branca e percebeu que, na verdade, a cor não influenciava no seu caráter ou se alguém é melhor ou pior. Quando conseguiu sua liberdade, estava convicto a mudar o pensamento do irmão mais novo. Como era considerado quase um “Deus” pela comunidade de Skinheads, sua mudança não foi bem aceita e os membros da organização taxaram-no de negro, o que mostra tamanha ignorância dos seguidores desta concepção. Também é possível perceber que a violência é empregada por eles com o intuito de mostrar superioridade na ideologia seguida, mas é visto mais como uma questão de falta de argumentos para explicar a superioridade da raça branca.
     Por mais que o filme tenha sido feito na década de 1990, ainda é possível ver que o racismo e esse tipo de ideologia é algo presente até hoje na nossa sociedade. O julgamento por questões raciais evoluiu muito desde aquela época, mas é quase vergonhoso ainda vermos isso agora. O filme, de certa forma, dá um ar esperançoso ao mostrar a mudança de Derek após sua saída da prisão e pode-se entender que não é impossível acabar com esta ideia preconceituosa.




Lançamento              16 de abril de 1999 (1h59min)
Dirigido por               Tony Kaye
Com                            Edward Norton, Edward Furlong, Elliott Gould
Gênero                       Drama
Nacionalidade           EUA




Gabriela Fraporti


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